Que etapas não podem faltar no processo de manutenção de Sistemas de Refrigeração

O sistema que utiliza a temperatura para a conservação de alimentos, eletrônicos e ambientes tem exercido um papel essencial para a diversificação e transporte alimentício da humanidade e o desenvolvimento tecnológico.

A capacidade de armazenamento alimentício durante a sua distribuição com certeza promove a economia de diversas comunidades ribeirinhas e costeiras, além de possibilitar a diversificação de alimentos ao longo do mundo.

Já os eletrônicos conseguem desempenhar as suas funções de modo a serem protegidos do calor.

E sim, é claro, estamos falando exatamente dos sistemas de refrigeração.

Sabendo de toda a sua importância, através do que foi mencionado e do que deixamos de citar, devemos olhar com um certo cuidado para a sua possível falha e as suas consequências.

Para evitar falhas em quaisquer sistemas, devemos monitorar as condições dos seus componentes e substituí-los quando necessário, ou seja, tudo se resume à manutenção.

Neste viés, criamos este texto com o propósito de alertar você sobre as etapas que não podem faltar no processo de manutenção de sistemas de refrigeração.

Fique por aqui e entenda a manutenção desse sistema tão importante.

O que é a refrigeração

Antes que comecemos o assunto principal do texto, faremos uma breve introdução ao assunto, para fins didáticos.

A refrigeração é um processo que utiliza o controle da temperatura para submeter um corpo ou local a uma temperatura de interesse.

E o modo em que vamos utilizar a temperatura, vai depender da nossa necessidade.

Por exemplo, para preservar a qualidade e a validade de alguns alimentos, como as frutas,  é interessante que a temperatura do ambiente esteja acima da temperatura de congelamento e abaixo da temperatura ambiente.

Já para transporte de carnes em caminhões frigoríficos, por exemplo, já é interessante manter as peças entre as temperaturas consideravelmente abaixo da temperatura de congelamento.

Princípios Básicos da Termodinâmica na Refrigeração

Para entender melhor o funcionamento dos sistemas de refrigeração, é crucial compreender alguns princípios básicos da termodinâmica

O processo de refrigeração baseia-se na transferência de calor de um ambiente para outro, utilizando as propriedades de certos fluidos refrigerantes que mudam de estado (líquido para gás e vice-versa) em determinadas condições de pressão e temperatura.

Evolução histórica dos sistemas de refrigeração

A jornada da refrigeração é uma fascinante odisseia que se estende por milênios. Desde os engenhosos métodos de resfriamento dos antigos egípcios até os sofisticados sistemas de ar condicionado que conhecemos hoje, a evolução da tecnologia de refrigeração tem sido uma constante na história da humanidade.

Na antiguidade, nossos ancestrais dependiam de métodos naturais e intuitivos. O uso de gelo colhido durante o inverno e armazenado em poços isolados era comum em civilizações antigas. Os egípcios, por exemplo, utilizavam técnicas de evaporação para resfriar água em jarros porosos. Essas práticas, embora primitivas aos olhos modernos, lançaram as bases para o que viria a se tornar uma indústria revolucionária.

O século XIX marcou um ponto de virada crucial com o desenvolvimento dos primeiros sistemas mecânicos de refrigeração. Pioneiros como Jacob Perkins e James Harrison patentearam máquinas de refrigeração que utilizavam a compressão e expansão de gases para produzir frio, estabelecendo os princípios fundamentais que ainda norteiam a refrigeração moderna.

Pontos-chave da evolução:

  • Século XX: Avanços significativos em eficiência e diversificação de aplicações
  • Introdução de refrigerantes sintéticos (CFCs)
  • Desenvolvimento de sistemas de ar condicionado para automóveis e edifícios
  • Século XXI: Foco em sustentabilidade e eficiência energética
  • Substituição de refrigerantes nocivos à camada de ozônio
  • Implementação de tecnologias inteligentes e IoT em sistemas de refrigeração

Impacto ambiental e sustentabilidade

O impacto ambiental dos sistemas de refrigeração é um tópico de crescente preocupação global. À medida que a demanda por refrigeração aumenta, especialmente em países em desenvolvimento, torna-se crucial abordar as questões de sustentabilidade associadas a esta tecnologia.

Os principais desafios ambientais relacionados à refrigeração são:

  1. Consumo de energia: Sistemas de refrigeração são responsáveis por uma parcela significativa do consumo global de eletricidade.
  2. Emissões de gases de efeito estufa: Tanto pelo consumo de energia quanto pelo vazamento de refrigerantes.
  3. Descarte de equipamentos: O descarte inadequado pode liberar substâncias nocivas no meio ambiente.

Para enfrentar esses desafios, a indústria está adotando várias estratégias:

  • Desenvolvimento de refrigerantes de baixo impacto ambiental
  • Pesquisa em sistemas de refrigeração com maior eficiência energética
  • Implementação de regulamentações e acordos internacionais para redução de emissões
  • Estabelecimento de programas de reciclagem e descarte adequado de equipamentos

A transição para tecnologias mais sustentáveis não é apenas uma necessidade ambiental, mas também uma oportunidade de inovação e crescimento econômico no setor de refrigeração.

Aplicações industriais da refrigeração

A refrigeração desempenha um papel crucial em diversos setores industriais, muito além das aplicações domésticas e comerciais mais conhecidas. Sua importância é tão significativa que muitos processos industriais seriam impossíveis sem ela.

Na indústria alimentícia, por exemplo, a refrigeração é fundamental em todas as etapas da cadeia de suprimentos. Desde a colheita até o consumidor final, sistemas de refrigeração garantem a conservação e a qualidade dos alimentos. Câmaras frias, túneis de congelamento e sistemas de resfriamento rápido são apenas alguns exemplos de como a refrigeração é aplicada neste setor.

A indústria farmacêutica é outro campo onde a refrigeração é indispensável. Muitos medicamentos e vacinas requerem armazenamento em temperaturas específicas para manter sua eficácia. A chamada “cadeia fria” é crítica para garantir que produtos farmacêuticos sensíveis à temperatura cheguem aos pacientes em condições ideais.

Outras aplicações industriais incluem:

  • Indústria petroquímica: Processos de separação e liquefação de gases
  • Data centers: Resfriamento de servidores e equipamentos de TI
  • Indústria aeroespacial: Sistemas de controle térmico em aeronaves e espaçonaves
  • Metalurgia: Resfriamento de metais em processos de fundição e conformação

Cada uma dessas aplicações apresenta desafios únicos e requer soluções de refrigeração específicas, impulsionando constantes inovações no campo.

Quais os componentes do sistema de refrigeração

Até agora falamos somente da refrigeração, mas de onde surge a palavra “sistema” nisso tudo?

Bem, visto que a refrigeração com o controle de temperatura não acontece naturalmente, vem a necessidade de trabalhar com diversos equipamentos que, em conjunto, compõem um sistema de refrigeração.

Esses componentes são essenciais para que o processo de refrigeração não vire uma bagunça com variáveis físicas variando desenfreadas.

Vamos conhecer quais são esses componentes?

  • Compressor: este equipamento é conhecido como o coração do sistema, pois é o responsável por comprimir o fluido refrigerante, aumentando a sua pressão e temperatura, além de impulsioná-lo através do sistema;
  • Condensador: um trocador de calor que remove o calor do fluido refrigerante e dissipa esse calor excedente para o ambiente externo. Recebe o fluido na condição de gás quente e alta pressão e o resfria;
  • Evaporador: trocador de calor localizado na parte interna do sistema de refrigeração, pois está em contato com o ambiente a ser refrigerado;
  • Válvula de expansão: regula o fluxo de fluido refrigerante que sai do condensador e entra no evaporador, reduzindo a pressão do refrigerante e controlando a taxa de expansão (faz com que o fluido entre no evaporador na forma líquida e com baixa pressão);
  • Ventiladores: utilizados para circular o ar sobre os trocadores, auxiliando na dissipação de calor do sistema de refrigeração;
  • Tubos e tubulações: conectam os componentes do sistema em questão, possibilitando que o fluido refrigerante percorra pelos mesmos na forma gasosa ou líquida, dependendo da etapa do processo;
  • Sensores e controladores: monitoram e controlam as temperaturas de modo que atendam as condições ajustadas no painel do refrigerador, auxiliando na eficiência e desempenho adequado do sistema de refrigeração;
  • Bomba de circulação: promove o deslocamento do fluido refrigerante ao longo do sistema, garantindo o fluxo contínuo do fluido e, consequentemente, uma boa eficiência do sistema e a troca de calor;
  • Separadores de óleo: grandes compressores industriais tem suas partes móveis lubrificadas por óleo, então os separadores tem o papel de capturar óleo do fluido refrigerante e devolvê-lo ao compressor, garantindo a prolongação da vida útil do sistema;
  • Acumuladores de líquido: reservatórios localizados na linha de sucção do sistema de refrigeração, protegendo o compressor de líquido refrigerante indesejado, armazenando temporariamente o refrigerante líquido que retorna para o compressor em situações que ocorrem variação na carga de refrigeração;
  • Filtros: removem partículas indesejadas do ar ou do fluido refrigerante.

Que etapas não podem faltar no processo de manutenção de Sistemas de Refrigeração

São tantos os equipamentos e dispositivos que compõem o sistema de refrigeração, não é mesmo?

E por isso a manutenção de diversos desses equipamentos devem ser mais do que obrigatórias. 

E como já falamos, o desgaste de componentes e defeitos do equipamento podem ocasionar a perda de produtos refrigerados, gerar danos a equipamentos sensíveis ou promover a interrupção das operações comerciais e industriais.

E outra, devemos considerar o cenário real, onde consideramos o tempo necessário para reparar ou substituir algum componente, o que impacta até mesmo na reputação da empresa.

Por isso, decidimos listar algumas etapas que não podem faltar no processo de manutenção do sistema de refrigeração, e você pode ter acesso à essa lista logo abaixo.

  • Desligue o sistema

Primeiramente, vamos começar com o óbvio: nunca inicie qualquer trabalho de manutenção sem que o sistema esteja desenergizado e parado, para que sejam evitados danos acidentais.

  • Limpeza externa

Quando falamos sobre limpeza externa, não estamos falando sobre tirar poeira do seu painel de refrigeração, e sim sobre remover sujeira ou qualquer tipo de detrito da unidade externa (condensador).

Para isso, utilize uma escova macia, aspirador de pó e pano, priorizando as aletas do condensador e a área ao redor.

A inspeção visual também ajuda, para identificar algum objeto que esteja obstruindo a circulação de ar.

  • Fluido refrigerante

O nível de fluido refrigerante é algo que deve ser monitorado, pois caso o mesmo esteja diminuindo, temos um problema: o vazamento.

Além de tentar notar o nível de fluido, você pode procurar por umidade, manchas de óleo ou bolhas de refrigerante.

Neste caso, não temos outra opção senão chamar um técnico especializado, visto que o manuseio de fluidos refrigerantes requer conhecimentos específicos e equipamentos adequados para a tarefa.

  • Verificação dos drenos

Quando o ar quente e úmido entra em contato com as superfícies frias do interior do refrigerador, a umidade presente no ar condensa e se transforma em água líquida.

Os drenos de condensado podem ser limpos para garantir que a água condensada possa ser drenada adequadamente.

  • Ventoinhas

As ventoinhas devem, idealmente, girar fluidamente, sem nenhum travamento.

Caso isso não esteja acontecendo, você pode limpá-las e, caso não estejam funcionando, verifique os cabos de conexão.

  • Termostato

O termostato é composto por interruptores, controles, entre outros, mas para verificar se este componente está funcionando corretamente, tente ver se a temperatura ambiente responde ao ajuste feito no painel do refrigerador.

Para isso, utilize um medidor de temperatura de referência.

  • Inspeção e eficiência de evaporadores

Os evaporadores são os equipamentos que, como já dizemos, são responsáveis por realizar a troca de calor com o ambiente, refrigerando-o.

Ao realizar a inspeção dos evaporadores, note se há condensação ou formação de gelo excessivos.

Isso pode comprometer a eficiência do sistema de refrigeração, reduzindo a capacidade de resfriamento e aumentando o consumo de energia.

Além disso, o gelo acumulado nos evaporadores pode obstruir ou bloquear passagens de fluido, prejudicando ainda mais o sistema.

Neste caso, contate um técnico especializado.

Apesar de tudo o que foi dito, é importante que você saiba de uma coisa.

Acredite, às vezes o seu problema está tão oculto, que chega a ser impossível notá-los, ainda mais se não tivermos o conhecimento necessário para saber “encontrar” o problema.

Nesse momento, é preciso pensar duas vezes e deduzir se vale a pena correr o risco de realizar a manutenção do seu sistema de refrigeração por conta própria, até porque a falta de conhecimento pode piorar ainda mais a situação.

Neste caso, a nossa melhor dica é: chame um técnico especializado.

 

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