O que são Gargalos de Produção e como a Automação pode te ajudar

Você já ouviu falar no termo “gargalo de produção”?

Trata-se de um recurso, centro de trabalho, máquina ou equipamento que se encontra em uma situação de sobrecarga em relação ao processo que ele está inserido.

Em outras palavras, estamos falando de um processo mais lento do que os demais. E, devido a essa lentidão, a capacidade produtiva da empresa acaba por ser limitada.

Para que as coisas fiquem ainda mais claras, imagine que, numa esteira de produção, um produto dependa de 5 etapas entre processamento, acabamento e embalagem. 4 deles levam cerca de 10 segundos para ficarem prontos.

Entretanto, um desses processos leva cerca de 30 segundos. 

Diante desse cenário, eu te pergunto:

Quanto tempo leva para se produzir uma unidade deste produto em questão?

É evidente que os 30 segundos, estipulados por um único processo demanda mais tempo. 

Neste caso, de nada adiantaria que propusemos melhorias nos demais processos, diminuindo o seu lead time em 5 segundos, por exemplo, se existe uma única operação que “trava” a produção devido a demora que ela leva para ser executada.

Os gargalos de produção podem ser bastante problemáticos. Uma vez que a lentidão proposta por ele reduz a capacidade produtiva de uma empresa. O que, na prática, significa menos produtos, menos estoque e menos faturamento.

Portanto, o melhor caminho é buscar meios para lidar com esses gargalos, fazendo o possível para diminuí-lo o máximo possível.

Sendo que, a automação industrial é um dos meios que permite que isso seja feito. Quer saber como? Acompanhe-me nesta leitura e entenda como a automação industrial pode ser uma importante aliada para lidar com gargalos de produção.

A relação entre os Gargalos de Produção e a Automação Industrial

Quando a gente pensa em automação industrial logo se vem em mente todas aquelas máquinas trabalhando de maneira contínua e sem qualquer pessoa em sua operação, não é mesmo?

Bom, para que chegue neste ponto, existem diversos processos que ocorrem simultaneamente, fazendo a conexão de softwares, que nada mais são do que programas de computador, com as máquinas e equipamentos que compõem o que se pode dizer de a
“força braçal” do processo produtivo.

O fato é que a automação industrial engloba muita coisa. Desde um programa que faz o controle do estoque de insumos e produtos acabados, até um equipamento responsável por acelerar ou reduzir a velocidade de um motor elétrico, adequando-o de acordo com a necessidade e as limitações de uma empresa.

E, por se tratar de todo um ecossistema, é natural que os seus recursos também auxiliem na tomada de decisões, na flexibilização de processos e redução de setups, tanto para a linha de produção quanto para montagem.

No fim das contas, a automação industrial não apenas permite que o gargalo seja prontamente identificado, uma vez que o amplo uso de softwares, sensores e outros equipamentos fazem coletas precisas e em tempo real dos processos de produção de uma empresa, como também auxilia na diminuição desses gargalos.

Sendo que, os recursos que vão te auxiliar nesse processo são, de modo geral, os seguintes:

  • Linhas robotizadas, para a realização de montagem, testes e manipulação;
  • Automação dos processos de inspeção, com a utilização de sistemas de visão e sistemas laser;
  • Linhas de montagem automáticas;
  • Máquinas especiais com funções específicas.

Qual primeiro passo para identificar esses tais Gargalos de Produção

Já ouviu falar no ditado que tempo é dinheiro? Bom, se você olhar atentamente a explicação que fizemos no começo deste artigo, vai perceber que esse ditado não teria como estar mais certo.

É claro que uma empresa não vai conseguir extinguir todos os gargalos que existem. Afinal, ela pode até resolver um deles, mas, logo em seguida, um outro vai tomar o seu lugar.

E se, esse gargalo não for em relação a capacidade produtiva, haverá algum outro como a demanda, por exemplo.

O fato é que, não estamos sugerindo a extinção dos gargalos. A ideia é tentar minimizá-los o máximo possível. Afinal, é através desta ação que a sua capacidade produtiva vai crescer e, com isso, o faturamento também.

“Mas, por onde eu começo?”

O melhor jeito para identificar um gargalo é:

  • Estudar os seus tempos de produção;
  • Identificar e entender as restrições;
  • Implementar indicadores para o acompanhamento.

Olhando para esse cenário, os sistemas de automação podem ser de grande valia. Sendo capazes de gerar conhecimento sobre a produção e a respeito dos principais riscos e perigos de forma rápida e bastante precisa.

Esse conhecimento será o ponto de partida para que surjam insights referentes a novos planos de contingência e prevenção de combate aos gargalos existentes na sua empresa.

A consequência de tudo isso é que a empresa se torna mais previsível e padronizada, favorecendo a qualidade dos resultados e a entrega nos prazos.

Capacitação da equipe: investindo no fator humano

A automação industrial é fundamental para otimizar processos e reduzir gargalos, mas não podemos esquecer da importância das pessoas nessa equação. 

Afinal, são elas que irão operar, monitorar e tomar decisões com base nas informações fornecidas pelos sistemas automatizados. 

Por isso, capacitar a equipe para identificar e lidar com os gargalos de produção de forma eficiente é crucial.

Isso envolve:

  • Treinamento técnico e desenvolvimento de visão crítica;
  • Estímulo à solução rápida de problemas;
  • Fomento de uma cultura de melhoria contínua e eliminação de desperdícios.

Uma equipe bem preparada e engajada será capaz de enfrentar os desafios relacionados aos gargalos de produção com muito mais eficácia, contribuindo ativamente para a busca de soluções e para a motivação e o clima organizacional da empresa.

Integrando a automação com outras metodologias

Quando a automação industrial se une a outras metodologias de otimização de processos, os resultados podem ser surpreendentes. Algumas abordagens que casam perfeitamente com a automação são:

  • Lean Manufacturing: focada na eliminação de desperdícios;
  • Seis Sigma: buscando a redução da variabilidade dos processos;
  • Teoria das Restrições (TOC): voltada para a gestão eficiente dos gargalos.

Essa sinergia permite uma abordagem completa e integrada para a melhoria contínua dos processos, promovendo uma mudança cultural na empresa e estimulando a colaboração entre diferentes áreas. No entanto, é fundamental um planejamento cuidadoso e uma implementação estruturada para colher os frutos dessa integração.

Automação e sustentabilidade: uma dupla poderosa

A automação industrial não é benéfica apenas para a produtividade e redução dos gargalos, mas também pode ser uma grande aliada na busca por sustentabilidade e eficiência energética. Ao automatizar processos, é possível:

  • Otimizar o uso de matérias-primas e reduzir a geração de resíduos;
  • Controlar de forma mais precisa e eficiente o consumo de energia;
  • Contribuir para a redução da pegada de carbono da empresa.

Além dos benefícios ambientais, a busca por sustentabilidade através da automação traz vantagens competitivas para as empresas, como redução de custos, melhoria da imagem da marca e antecipação a regulamentações ambientais cada vez mais rigorosas.

No entanto, é essencial um compromisso genuíno da empresa com práticas ambientalmente responsáveis e a integração da sustentabilidade em todas as etapas do processo produtivo. 

A automação industrial é uma ferramenta poderosa para identificar e reduzir os gargalos de produção, trazendo ganhos significativos em produtividade, qualidade e sustentabilidade. 

Empresas que investem nessa abordagem, aliada à capacitação de suas equipes e à integração com outras metodologias de otimização, estarão mais bem posicionadas para enfrentar os desafios do futuro e alcançar resultados sustentáveis a longo prazo.

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