Já parou para pensar na quantidade de alimentos que vai para o lixo todos os dias em virtude da sua própria característica de deterioração?
Se considerarmos a quantidade gigantesca de pessoas que passam por situações de grande vulnerabilidade, com privação de alimentos básicos no seu dia a dia, podemos facilmente associar essa perda como um certo desperdício.
Não é mesmo?
O fato é que grande parte dos alimentos do nosso dia a dia são perecíveis. Ou seja, eles duram pouco tempo quando estão em contato com a temperatura ambiente.
Esse é o caso de uma série de alimentos como:
- Peixes;
- Frangos;
- Carnes frescas;
- Legumes;
- Verduras;
- Frutas;
- Leite e seus derivados, entre muitos outros.
Mas se engana se você acredita que essa é uma realidade onde alimentos que se perdem todos os dias é única e exclusiva do nosso país. Até mesmo porque, como já dissemos no começo deste artigo, estamos lidando com fatores que fazem parte da característica desses alimentos.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo são perdidos ou desperdiçados.
Isso representa uma perda de recursos valiosos, como água, terra e energia, além de contribuir para o aumento das emissões de gases de efeito estufa.
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O que fazer diante dessa situação?
Bom, felizmente existe um recurso que serve como um grande aliado para enfrentar toda essa situação.
Estamos falando da refrigeração. A refrigeração contribui e muito para que os efeitos desse desperdício sejam absolutamente menores.
E é sobre isso que vamos nos aprofundar neste artigo. Portanto, se você quer entender o porquê a refrigeração é uma importante aliada contra o desperdício de alimentos é só nos acompanhar nesta leitura.
Um foco no problema do desperdício de alimentos
A ideia deste artigo é falar sobre a importância da refrigeração no contexto alimentar e nós sabemos disso.
Mas antes de seguir com esse assunto, vamos dar luz ao problema, para que você tenha, pelo menos, uma parcela noção da gravidade do assunto.
De acordo com a FAO, entidade que mencionamos na introdução deste artigo, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados a cada ano.
Esse desperdício representa um custo econômico estimado em US$ 940 bilhões por ano. Além disso, o desperdício de alimentos tem sérios impactos ambientais, como a emissão de 3,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa e a utilização de 1,4 bilhão de hectares de terra cultivada.
As principais causas do desperdício de alimentos incluem perdas durante a colheita, transporte e armazenamento inadequado.
É nesse último ponto que a refrigeração pode assumir um destaque muito importante para minimizar o cenário de desperdício. E é sobre isso que vamos nos aprofundar logo a seguir.
A importância da refrigeração na conservação de alimentos
A refrigeração é um método de conservação de alimentos que utiliza baixas temperaturas para retardar o crescimento de microorganismos responsáveis pela deterioração dos alimentos.
Isso ajuda a prolongar a vida útil dos alimentos e reduzir as perdas durante o armazenamento e transporte.
Existem diversos tipos de refrigeração utilizados na indústria alimentícia, como a refrigeração por ar forçado, a refrigeração por contato e a refrigeração por vácuo.
Cada um desses métodos apresenta vantagens e desvantagens, dependendo do tipo de alimento e do processo produtivo em questão.
No entanto, independentemente do método utilizado, é importante ressaltar que a refrigeração pode ajudar a reduzir o desperdício de alimentos de várias formas.
Por exemplo, ela pode ajudar a prolongar a vida útil dos alimentos perecíveis, como carnes, frutas e verduras, reduzindo as perdas durante o transporte e armazenamento.
Além disso, a refrigeração também pode ajudar a evitar a contaminação dos alimentos por micro-organismos nocivos à saúde, como bactérias e fungos.
Exemplos de sucesso na aplicação da refrigeração na indústria alimentícia
Há muitos exemplos de empresas que têm se destacado na aplicação da refrigeração para reduzir o desperdício de alimentos.
Um exemplo é a empresa norte-americana Just Salad, que utiliza contêineres refrigerados para transportar suas saladas frescas para suas lojas em Nova York.
Esses contêineres mantêm as saladas em temperaturas adequadas durante o transporte, o que ajuda a garantir que os alimentos cheguem frescos às lojas e possam ser vendidos sem risco de deterioração.
Outro exemplo é a empresa brasileira BRF, uma das maiores produtoras de alimentos do mundo.
A BRF utiliza a refrigeração em todo o seu processo produtivo, desde o transporte dos insumos até a conservação dos produtos acabados. Isso ajuda a garantir a qualidade e segurança dos alimentos produzidos, reduzindo as perdas e o desperdício.
Além disso, muitos países têm implementado políticas públicas para incentivar o uso da refrigeração na indústria alimentícia.
Por exemplo, na Índia, o governo tem incentivado a construção de armazéns frigoríficos para conservação de alimentos, como forma de reduzir o desperdício e aumentar a disponibilidade de alimentos frescos para a população.
A refrigeração pode acabar com o desperdício?
Infelizmente não!
De fato, a refrigeração é uma importante aliada na luta contra o desperdício de alimentos.
Mesmo assim ela não é capaz de evitar, por si só, que esses alimentos se percam. Seu papel é o de ajudar a prolongar a vida útil dos alimentos perecíveis, reduzindo as perdas durante o transporte e armazenamento, e evitando a contaminação por microorganismos nocivos à saúde.
Além disso, a refrigeração pode contribuir para a sustentabilidade da indústria alimentícia, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e a utilização de recursos naturais.
No entanto, existem sim outras práticas que podem melhorar ainda mais esse cenário.
É preciso adotar uma abordagem integrada que englobe toda a cadeia produtiva, desde a produção até o consumo, e que leve em consideração fatores como o planejamento da produção, a gestão adequada dos estoques e a educação do consumidor.
Em suma, a refrigeração é uma importante ferramenta na luta contra o desperdício de alimentos, mas é preciso que ela seja utilizada de forma inteligente e integrada a outras medidas para garantir a sustentabilidade da indústria alimentícia e a segurança alimentar da população.