O ano de 1974 foi marcado como o propulsor de um dos maiores marcos da indústria de refrigeração do mundo. E não foi por conta de uma boa notícia.
Acontece que foi neste ano que os químicos Mário J. Molina (mexicano) e F. Sherwood Rowland (americano), relataram, pela primeira vez, que os CFCs(clorofluorcarbonetos) poderiam estar destruindo a camada de ozônio.
Foi a partir disso que os estudos foram se aprofundando e afunilando na constatação de que era preciso tomar uma atitude drástica. Antes que os CFCs causassem ainda mais danos.
Foi então que em 1987, representantes dos maiores produtos de clorofluorcarbonetos se reuniram em Montreal, para assinar o protocolo que determinava a substituição gradativa dessa substância por outras que não fossem tão prejudiciais.
Esse foi um dos motivos para a amônia voltar a assumir um papel de destaque como fluido refrigerante, por exemplo.
O fato é que de 1974 para cá, o mundo passou a olhar os processos de refrigeração com muito mais atenção. Sobretudo, no que diz respeito às questões referentes à sustentabilidade.
Afinal de contas, atitudes como essas precisavam ser tomadas para que pudéssemos zelar pelo futuro do nosso ecossistema.
Foi a partir dessa premissa que foram criados novos processos, máquinas e equipamentos que visam um impacto cada vez menor.
E é sobre essas soluções que vamos nos aprofundar no artigo de hoje. Trazendo uma lista de 5 práticas que foram adotadas pela refrigeração industrial e que ajudam a reduzir o impacto ambiental.
Contents
5 Soluções que ajudam a reduzir o Impacto Ambiental
1. Uso da Amônia e Outros Fluidos Refrigerantes Naturais
Na busca por alternativas mais sustentáveis aos CFCs, a indústria da refrigeração voltou sua atenção para fluidos refrigerantes naturais, como a amônia (NH3).
Isso porque a amônia é uma substância com baixo potencial de aquecimento global.
Além disso, ela possui uma excelente eficiência energética, sendo um dos refrigerantes mais antigos e eficazes conhecidos.
Apesar disso, é importante ressaltar que estamos falando de uma substância bastante tóxica para o ser humano. O que faz com que sejam necessárias diversas medidas relacionadas ao seu uso.
Inclusive, temos um artigo dedicado a falar sobre a amônia e os seus riscos, sobretudo quando é mal administrada. E se você quiser dar uma aprofundada neste assunto é só clicar aqui.
Mas, voltando para o início do assunto, existem outros refrigerantes naturais que voltaram a ser bastante utilizados, Tais como:
- O dióxido de carbono (CO2);
- E os hidrocarbonetos (HCs).
A razão é muito simples. Assim como a amônia, eles também têm sido utilizados devido às suas propriedades ambientais favoráveis.
2. Melhor Isolamento Térmico
O isolamento térmico adequado é essencial para reduzir as perdas de calor ou frio nos sistemas de refrigeração.
É por esse motivo que a indústria tem investido em materiais isolantes de alta qualidade, como poliuretano expandido, poliestireno extrudado e lã de rocha, que oferecem excelente resistência térmica.
Além disso, avanços na técnica de aplicação e vedação têm sido adotados para minimizar as fugas de ar e maximizar a eficiência energética.
Com um isolamento térmico aprimorado, os equipamentos de refrigeração conseguem manter uma temperatura estável com menor consumo de energia.
3. Recuperação de Calor Residual
Os sistemas de refrigeração produzem calor residual que, se não aproveitado, seria desperdiçado.
Uma solução adotada é a recuperação desse calor residual para outros fins.
Por exemplo, esse calor pode ser utilizado para processos simples como pré-aquecer água, seja para fins industriais ou aquecimento de ambientes.
Além disso, a energia térmica pode ser convertida em eletricidade por meio de tecnologias como a cogeração, em que o calor residual aciona um motor de geração de energia.
Dessa forma, a recuperação de calor residual não apenas reduz o impacto ambiental, mas também aumenta a eficiência energética dos sistemas de refrigeração.
4. Sistemas de Monitoramento e Controle
Nada melhor do que o controle total sobre os processos para entender se não apenas se eles estão sendo eficientes, ou não, mas, também, para medir questões referentes a desperdícios e impacto ambiental, é claro.
A verdade é que a implementação de sistemas avançados de monitoramento e controle desempenha um papel fundamental na redução do impacto ambiental na indústria da refrigeração.
Esses sistemas permitem o acompanhamento em tempo real do desempenho dos equipamentos, o que possibilita ajustes e otimizações para garantir a máxima eficiência energética.
Sensores, controladores e algoritmos inteligentes são utilizados para monitorar variáveis como temperatura, umidade e pressão, permitindo um controle preciso do funcionamento dos sistemas de refrigeração.
Com o monitoramento e controle adequados, é possível minimizar o desperdício de energia, detectar problemas operacionais e garantir o funcionamento eficiente dos equipamentos.
5. Educação e Conscientização
Por fim, é imprescindível criar boas práticas de educação e a conscientização do meio ambiente na indústria da refrigeração.
Isso é possível por meio de programas de treinamento, capacitação e divulgação de informações, os profissionais do setor são incentivados a adotar medidas mais eficientes em suas atividades diárias.
O que, na prática inclui processos de manutenção adequada, identificação e reparo de vazamentos, uso correto de fluidos refrigerantes e adoção de tecnologias mais eficientes.
Além disso, a conscientização também se estende aos consumidores e usuários dos sistemas de refrigeração, que são incentivados a utilizar os equipamentos de forma responsável, ajustando temperaturas, realizando manutenção periódica e optando por produtos com certificações de eficiência energética.
Em suma, soluções como essas, que citamos no decorrer do artigo, têm contribuído significativamente para reduzir o impacto ambiental da indústria da refrigeração.
E à medida que a tecnologia e a conscientização continuam a avançar, novas soluções e inovações estão sendo desenvolvidas para tornar o setor ainda mais ecoeficiente.
