Conheça quais são as principais partes que compõem uma caldeira

Diversas indústrias lidam com processos que necessitam de altas temperaturas para a produção, seja com o propósito de aquecer, secar, gerar energia elétrica, entre outros.

Tendo seus primeiros protótipos desenvolvidos no século XVII, a caldeira, desde então, se faz presente, suprindo essas necessidades de processos que foram mencionadas.

Devido a sua capacidade de gerar vapor em altíssimas temperaturas e pressões, esse equipamento possui as suas partes interna e externa projetadas para assegurar a retenção da alta temperatura interna e, também, a segurança do processo e das pessoas.

Através deste viés sobre a sua estrutura, este texto tem como objetivo apresentar as principais partes que compõem uma caldeira.

Então, se você quer saber mais sobre o assunto, acompanhe-nos neste texto.

Qual é a origem das Caldeiras

Desde os primórdios da Revolução Industrial, diversas indústrias vêm encarando o desafio de manipular processos que demandam temperaturas extremamente elevadas para efetuar reações, seja para aquecimento, secagem ou mesmo para a geração de energia elétrica. 

Em resposta a essa necessidade, a caldeira emergiu como um dos pilares fundamentais no âmbito industrial.

Com suas raízes datando do século XVII, a caldeira rapidamente se estabeleceu como uma peça essencial em setores variados. 

Durante sua evolução, a caldeira evoluiu consideravelmente, aprimorando sua eficiência e segurança.

O conceito básico de uma caldeira é a geração de calor através da queima de um combustível, com a transferência resultante de calor para a água, resultando na produção de vapor.

Hoje, a presença da caldeira é inegável nas operações industriais. 

Ela se mantém como uma das ferramentas centrais para transformar energia química em energia térmica, tornando-se a espinha dorsal de processos que variam de setores petroquímicos à produção de alimentos. 

Como um marco histórico da engenharia, a caldeira continuou a evoluir, otimizando-se para as demandas específicas de cada indústria e criando oportunidades inovadoras para processos e produtos.

O que é uma caldeira

A caldeira nada mais é que um equipamento utilizado para produzir água quente ou vapor para fins industriais, comerciais ou residenciais.

Esse equipamento utiliza do princípio da transformação de energia química em energia térmica.

Assim, geralmente, é composta por um dispositivo que realizará a queima de um combustível, em um local interno e apropriado, de modo que ocorra a troca de calor indireta entre o calor produzido pela queima do combustível e a água, que se tornará vapor.

Os combustíveis utilizados podem ser o gás, óleo, carvão ou outras fontes de combustível.

Internamente, a caldeira consiste em várias partes cuidadosamente projetadas, cada uma com uma função específica. 

Desde a câmara de combustão, onde a queima do combustível ocorre, até os tubos de transferência de calor, que maximizam a troca de calor entre os gases quentes da combustão e a água, a estrutura da caldeira visa a otimização das taxas de transferência de calor e a eficiência global.

A segurança é um pilar igualmente crítico. 

Nesse sentido, a presença de válvulas de segurança e sistemas de controle automatizados ajudam a prevenir situações de risco, como superaquecimento ou excesso de pressão. 

Além disso, a caldeira moderna é projetada para mitigar os impactos negativos do acúmulo de resíduos sólidos, como incrustações e fuligem, garantindo a operação contínua e eficaz.

Onde utilizar a caldeira

As caldeiras desempenham um papel importante na alimentação e produção de processos industriais, mas também podem ser utilizadas para a geração de energia e até em setores comerciais.

Que tal alguns exemplos mais específicos sobre a aplicação?

  • Indústria petroquímica: para a produção de produtos derivados do petróleo, como combustíveis, plásticos, entre outros;
  • Indústria têxtil: para a secagem e produção de tecidos;
  • Indústria de papel e celulose: a qual necessita de um criterioso processo de secagem;
  • Indústria alimentícia: para a produção de cerveja, açúcar e outros alimentos que necessitam de uma temperatura elevada como requisito de processo

Tipos de caldeira

Agora que já sabemos o que é a caldeira e onde esse equipamento pode ser aplicado, vamos estratificar o assunto, apresentando os seus tipos.

As caldeiras podem ser de dois tipos, sendo que ambas possuem suas vantagens e desvantagens, ou seja, não existe um tipo melhor do que o outro.

Assim, o uso de uma ou de outra vai depender da aplicação, necessidade de vapor gerado, espaço de ocupação da máquina, entre outros.

Os tipos desse equipamento podem variar entre Aquatubular ou Flamotubular. Que tal conhecer um pouco dos dois tipos?

Flamotubular

Conhecida também como “tubo de fogo”, “tubo de fumaça” ou “pirotubular”, esse tipo de caldeira tem, como principal característica, que os gases da combustão (fumos) percorrem a caldeira no interior de tubos que se encontram circundados por água.

Assim, a troca de calor acontece de modo que os gases internos transfiram calor para o meio externo (para a água).

Este tipo de caldeira é aplicada para lugares de espaço limitado, além de possuir limitações quanto à geração de vapor e, também, quanto à obtenção de altas pressões e vazões.

As caldeiras flamotubulares podem ser horizontais ou verticais, com fornalha externa ou interna e dos tipos Cornovaglia, Lancashire, Locomotiva, Locomóveis Multitubulares ou Escocesas.

Aquatubulares

Já essas caldeiras são conhecidas como “tubo de água” e, depois de ler sobre a flamotubular, você consegue imaginar o porquê, certo?

Se você imaginou que, dessa vez, a água percorre o interior dos tubos e os gases quentes ficam em contato com a superfície externa desses tubos, você acertou.

Esse tipo de caldeira é característico por oferecer altas pressões, temperaturas, capacidade de geração de vapor por hora, entre outros.

São muitos os benefícios do aquatubular,não podemos negar.

Mas, como já foi dito, o tipo correto de caldeira vai depender da sua necessidade, então, pode ser que uma caldeira do tipo aquatubular não seja a melhor escolha de acordo com o que você precisa.

Além disso, vamos apresentar uma breve preocupação que ambas trazem, em diferentes casos, para que você perceba que a vantagem ou desvantagem de uma, não anula os seus problemas característicos:

Diferente da caldeira flamotubular, a água da aquatubular precisa ser tratada rigorosamente, visto que, quanto maior a pressão da água, maior a chance de ocorrer decantação (sujeira) e, como a flamotubular não produz “altas pressões”, não corre este risco para a água.

A decantação nada mais é do que a separação da impureza da água e, na aquatubular, implicaria na incrustação no interior dos tubos ou em pás de turbinas que estariam ligadas à caldeira, trazendo, futuramente, um ponto de menor resistência e maior degradação.

Então, isso quer dizer que eu não devo me preocupar com a incrustação na flamotubular?

Na verdade, você deve se preocupar, sim.

Por mais que a água não esteja em alta pressão, o que faz com que não ocorra a decantação, a flamotubular produz fuligem proveniente dos gases de queima, o que pode implicar na incrustação no exterior do tubo e nas paredes da câmara.

Assim como a aquatubular, temos uma resolução para isso, que é a utilização do soprador de fuligem, combustível mais “limpo” e até ultrassom.

Quais as principais partes que compõem uma caldeira

As suas partes variam de acordo com a sua finalidade, tipo e tamanho, como já falamos acima.

Mas, em geral, apresentaremos as principais partes que a compõem:

1. Tubos

Esses tubos variam de tamanho no decorrer da passagem de fluido pela caldeira, sendo que os tubos quando menores, em conjunto e em maior quantidade, são utilizados para garantir uma maior troca de calor entre a parte quente e a parte a ser aquecida.

2. Soprador de fuligem

Esse dispositivo remove os resíduos sólidos provenientes da queima, para que não grudem nas paredes e formem incrustações nas paredes da câmara ou na parte externa dos tubos.

E por que não na parte interna dos tubos?

3. Câmara de combustão

Este é o local onde acontece a queima do combustível, gerando calor para a produção de vapor.

Além disso, a câmara pode ser horizontal ou vertical, dependendo do tipo da caldeira.

É importante salientar que esse é o local e não o dispositivo responsável pela queima.

4. Queimador ou Fornalha

Logo acima, falamos que a câmara é o local onde a queima acontece.

No caso, o dispositivo responsável pode ser o queimador (para combustível líquido e gasoso) ou a grelha (para combustível sólido).

5. Tambor de vapor

É o local da caldeira onde o vapor é gerado, acumulado e distribuído para as linhas de distribuição.

A circulação do fluido, nesse componente, se dá por convecção natural ou forçada.

6. Economizador

São trocadores de calor que utilizam os gases da combustão para pré-aquecimento da água de alimentação da caldeira, proporcionando uma razoável economia de combustível.

7. Válvulas de segurança

As válvulas de segurança estão presentes em quaisquer processos e, na caldeira, não é diferente.

A sua função no equipamento é assegurar que não ocorra explosões ou outros problemas devido a uma situação fora da planejada.

8. Sistema de controle

Um equipamento com uma grande responsabilidade como a que foi mencionada, não pode ser ajustado manualmente.

Seus parâmetros são todos configurados através de um supervisório, bem como o ligamento e desligamento de válvulas, as etapas dos processos, entre outros.

Por isso, é necessário ter um sistema de controle que, além de controlar, também monitora o desempenho da caldeira.

Importância do Controle e Monitoramento

Em uma caldeira, onde altas temperaturas e pressões estão em jogo, o controle preciso é imperativo. 

A eficiência da caldeira, a qualidade do vapor produzido e a segurança dos processos estão intrinsecamente ligadas à capacidade de monitorar e ajustar os parâmetros de operação. 

Um sistema de controle avançado atua como o cérebro da caldeira, regulando a queima de combustível, a distribuição de vapor e outros aspectos cruciais.

O controle automatizado não apenas mantém os parâmetros dentro dos limites seguros, mas também otimiza a eficiência energética. 

Através de algoritmos sofisticados, o sistema de controle ajusta automaticamente os processos de acordo com as condições em tempo real, minimizando o desperdício de energia e recursos.

Além disso, o monitoramento contínuo desempenha um papel crucial na prevenção de falhas e na detecção precoce de problemas potenciais. 

Ao rastrear o desempenho da caldeira, os operadores podem tomar medidas proativas para corrigir qualquer anomalia antes que ela se transforme em um problema maior. 

Em última análise, um sistema de controle robusto não apenas aumenta a eficiência da caldeira, mas também contribui para a segurança dos operadores e para a operação contínua e confiável das instalações industriais.

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